A arte da tanoaria é uma arte ancestral, única... e difícil. Mas o trabalho duro é o preço a pagar para se obter os melhores barris para o melhor vinho. Fomos ao encontro de uma tanoaria tradicional, em Espinho perto da cidade do Porto. Quase tudo é feito à mão, como antigamente.
Tudo começa pela madeira.
A madeira para um barril pode vir de Portugal, mas também de França ou de outro lado.
Começa-se por secar a madeira ao ar livre, durante dois ou três anos, por vezes mais. Esta etapa está intimamente ligada ao seu “terroir”, a sua região de seca.
Uma região como a de Espinho, perto do mar, dá propriedades únicas à madeira.
No fim de seca, a madeira é depois cortada em aduelas, com a ajuda de máquinas. Cada aduela deve ter uma barriga, maior no meio do que nas bordas.
Com 25 ou 30 aduelas, o tanoeiro vai montar um barril, que irá depois ser tostado.
Tostagem
Com a tostagem, pretende-se flexibilizar a madeira, para que ela possa ter a sua forma definitiva de barril.
A água permite à madeira não rachar. Os aros de metal são por enquanto temporários.
A segunda tostagem vai permitir dar a sua personalidade aromática ao barril. Só dura algumas dezenas de segundos na tanoaria J.Dias.
Uma diferença de alguns segundos de tostagem podem mudar completamente os aromas que a madeira pode transmitir ao vinho. Será que vamos ter um sabor de baunilha, de avelã, ou fumado? O cliente é que decide.
Realização dos fundos
Vem a vez dos fundos. São folhas de junco que vão assegurar que os fundos são estanques.
Uma massa composta por farinha permite vedar a ligação do fundo ao resto do barril.
Os aros definitivos são feitos de inox rebitados.
Depois das verificações pela ausência de fugas, o barril está pronto para ser entregue ao seu cliente final…
Recondicionamento de pipas antigas
Algumas produções, como o whisky ou o sake, preferem utilizar antigas pipas de vinho. O tanoeiro vai então recondicionar pipas velhas com uma nova tostagem.
Estes barris especiais vão depois poder trocar os seus mil e um aromas com um novo conteúdo valioso. Este saber-fazer único é hoje uma especialidade da nossa tanoaria, bem perto da cidade do Porto.